Quando o moreno era pequeno, por altura dos Santos, eram os mais velhos que coziam as broas no forno a lenha.
No Seixo, rua abaixo, rua acima, batiam às portas e repetiam vezes sem conta a mesma lengalenga.
Bolinhos, bolinhos, à porta dos santinhos!
Ás vezes recebiam castanhas, outras vezes pedaços de broa e com muita sorte, rebuçados.
O saco de serapilheira vinha cheio de coisas boas. Ás vezes era preciso ir a casa despejar o saco, porque as oferendas eram muitas, numa época de pouca abundância. E naqueles dias tiravam a barriga de misérias.
E hoje é ele que nos faz estas broas, com muito prazer, com o maior agrado.
Lembranças de pedaços de infância tão aromáticas como uma colher de erva doce e canela.
1 kg de batatas
1 kg de farinha sem fermento (tipo 65)
800 gr de açúcar
3 colheres de sopa bem cheias, de canela
4 colheres de sopa bem cheias, de erva-doce moída
5 ovos
frutos secos (uvas passas e nozes)
2 colheres de chá de fermento em pó
Cozem-se as batatas em agua e sal e resumem-se a puré depois de cozidas.
Juntar o açucar, a canela, a erva-doce e misturar bem, até obter uma massa homogénea, que só se consegue colocando as mãos na massa, literalmente. Misturar por fim a farinha e os ovos até obter um preparado consistente. Juntar os frutos secos.
Com as mãos fazem-se pequenas bolas, bem polvilhadas com farinha e pinceladas com ovo.
Vão ao forno cerca de 25 minutos a 180º.